Donald Trump voltou aos holofotes da tecnologia e dessa vez, não pelos motivos que gostaria. O ex-presidente dos Estados Unidos anunciou oficialmente o Trump T1, primeiro celular de sua nova empreitada na área de telecomunicações. O aparelho foi apresentado com pompa, em parceria com uma operadora americana. O problema? O Trump T1 é, na verdade, um celular chinês disfarçado, e com preço muito acima do que vale.
Celular “Made in China”, mas com bandeira americana
Segundo análises de especialistas e comparações técnicas, o T1 nada mais é do que uma versão customizada do REVVL 7 Pro, aparelho fabricado pela chinesa Wingtech. Inclusive, o modelo original pode ser comprado na Amazon dos EUA por cerca de US$ 180 (~R$ 988). Já o modelo com a marca Trump está sendo vendido por US$ 499 (~R$ 2.746), ou seja, quase o triplo do preço.
And the answer is… Wingtech REVVL 7 Pro 5G!
Same device as the T-Mobile REVVL 7 Pro 5G, custom body. Wingtech, now owned by Luxshare, makes it in Jiaxing, Wuxi, or Kunming China https://t.co/KFS3WtMF5O
— Max Weinbach (@MaxWinebach) June 16, 2025
A diferença está no design que foi ligeiramente modificado e o leitor de digitais foi movido da lateral para debaixo da tela, algo que pode ser solicitado facilmente em contratos ODM (Original Design Manufacturer), um modelo em que uma empresa encomenda um produto pronto, coloca sua marca e o vende como se fosse original.
Ou seja, por trás do discurso nacionalista, o Trump T1 é 100% fabricado na China, e usa exatamente a mesma estrutura técnica do aparelho chinês.
Trump criticava empresas que fabricam na China
O lançamento gerou polêmica imediata nas redes sociais, já que Trump costumava criticar publicamente empresas como a Apple por levarem a produção para outros países. Agora, com o T1, o próprio ex-presidente está fazendo exatamente isso e ainda cobrando um valor inflacionado por um modelo que pode ser encontrado bem mais barato com outra marca.

Diante da repercussão negativa, a Trump Mobile soltou uma nota dizendo que o celular será fabricado nos EUA “em um futuro próximo”, mas não deu qualquer prazo concreto para que isso ocorra.