Nuno Fox
Portugal não é caso único. Em todo o mundo industrializado, os sistemas de Saúde encontram-se sob grande pressão. Populações envelhecidas, vidas mais longas e medicamentos e tecnologias de nova geração que, ao contrário de quase todos os sectores, fazem encarecer os preços.
Por cá, o paradoxo é evidente. O SNS nunca efetuou tantas consultas ou cirurgias, mas o aumento da produção não acompanhou o galopante aumento da procura de cuidados de saúde, ou o crescimento do número de médicos. A despesa pública subiu 60% nos últimos 15 anos e já absorve 12,5 % do Orçamento do Estado, perto de 6% do PIB. O resultado é que o SNS nunca trabalhou tanto, mas a sensação de declínio alastra.
Nuno Fox
Sob esta pressão, o sistema parece ter tendência para se fragmentar: subsistemas, seguros e hospitais privados ganham terreno; ensaiam-se Unidades de Saúde Familiar de tipo C e reabrem-se parcerias público-privadas. Enquanto isso, a regulação luta para manter o pulso num mercado cada vez mais híbrido.
Que reformas podem tornar a promessa de um sistema universal, e com igualdade de acesso, financeiramente sustentável? Como alinhar incentivos, medir resultados e segurar a equidade num sector de recursos finitos e expectativas ilimitadas?
É mais que uma entrevista, é menos que um debate. É uma conversa com contraditório em que, no fim, é mesmo a opinião do convidado que interessa. Quase sempre sobre política, às vezes sobre coisas realmente interessantes. Um projeto jornalístico de Daniel Oliveira e João Martins. Imagem gráfica de Vera Tavares com Tiago Pereira Santos e música de Mário Laginha. Subscreva (no Spotify, Apple e Google) e oiça mais episódios: