Novo Banco vendido aos franceses do BPCE por €6,4 mil milhões



A Lone Star firmou um memorando de entendimento para a venda da sua posição acionista no Novo Banco ao grupo francês BPCE, revelou esta sexta-feira o Novo Banco em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Os termos do acordo valorizam a totalidade do capital do Novo Banco em 6,4 mil milhões de euros, de acordo com o comunicado.

“Esta transação conclui o processo de transformação do novobanco, realizado com o apoio dos seus stakeholders, tornando-o num dos bancos mais rentáveis da Europa, com um objetivo de rentabilidade sobre capital tangível (RoTE), de médio prazo, superior a 20%”, indica o Novo Banco.

“A decisão do acionista maioritário de avançar com uma venda direta ao BPCE representa uma oportunidade estratégica, posicionando o Novo Banco para integrar um dos maiores e mais sólidos grupos financeiros europeus”, sublinha ainda o banco português, realçando que “o BPCE reforçará o seu papel como um importante parceiro de desenvolvimento da economia portuguesa”.

Ao mesmo tempo, o grupo francês BPCE afirma em comunicado ter assinado o memorando para “aquisição de uma participação de 75% no capital do novobanco à Lone Star Funds. A transação, representando um montante de aproximadamente €6,4 mil milhões de eurs (para 100% do capital) e um múltiplo de cerca de 9 vezes os ganhos anuais”, sublinha que esta, “é a maior aquisição transnacional na zona euro em mais de 10 anos”.

Tal como referia o Expresso na quinta-feira, dia 12 de junho, esta aquisição responde à nova fase do BPCE relativamente à “execução do plano estratégico “Vision 2030”, orientado para o desenvolvimento e a diversificação do BPCE em França, na Europa e no resto do mundo”. O grupo francês diz em comunicado ser “o segundo maior banco Francês e o quarto maior Europeu”, e que “após a conclusão da transação, Portugal tornar-se-ia o segundo maior mercado retalhista nacional do Grupo.

Em comunicado enviado às redações, o BPCE afirma estar “está em conversações com o Governo português e o Fundo de Resolução Bancária com vista à aquisição das suas participações no Novo Banco (11,5% e13,5%, respetivamente), em condições idênticas”.

Mais afirma que irá consultar “os organismos representativos dos trabalhadores para assinar o contrato de aquisição”, e que a “conclusão do projeto está prevista para o primeiro semestre de 2026”.

Nicolas Namias, CEO do BPCE, afirma em comunicado que “as condições financeiras da transação refletem uma abordagem de avaliação disciplinada e rigorosa, bem como a nossa confiança na capacidade do Novo Banco para criar valor ao longo do tempo. Os dirigentes e os trabalhadores do BPCE estão todos particularmente entusiasmados com a perspetiva de acolher o Novo Banco, a sua direção e os seus 4200 trabalhadores para, em conjunto, escreverem um novo capítulo de crescimento, inovação e desempenho na Europa”.

O presidente executivo do BPCE sublinha ainda que o Novo Banco é detentor de quotas de mercado de cerca de 9% junto de particulares e de cerca de 14% junto de empresas” e que “possui excelentes bases, um forte potencial de crescimento e um nível de rentabilidade já elevado. Importante ator da banca de proximidade em França, graças às redes bancárias Banque Populaire e Caisse d’Epargne, o BPCE tornar-se-á um ator da banca de retalho na Europa com a aquisição do Novo Banco e participará ativamente no financiamento da economia portuguesa”.

Em comunicado, o BPCE diz ainda que o Novo Banco é “um ator sólido em Portugal” que tem demonstrado um “crescimento exemplar nos anos mais recentes. É o quarto maior banco de Portugal, construiu uma posição sólida e detém quotas de mercado de c cerca de 9% em clientes particulares e 4% em clientes empresariais. Tem 1,7 milhões de clientes particulares e gere uma carteira de empréstimos empresariais de 17 mil milhões de euros”.

Com os números bem estudados, o grupo francês refere ainda, que “nos últimos anos, o Novo Banco tornou-se um dos bancos mais rentáveis da Europa, com um rácio custo/rendimento inferior a 35% e uma rendibilidade dos capitais próprios tangíveis (RoTE) superior a 20%”. Além disso, sublinha ainda que com os 4200 trabalhadores, o Novo Banco opera através de cerca de 290 agências e de uma extensa rede de parceiros externos, além de oferecer uma ótima experiência ao cliente através dos seus canais digitais.

E, deixa um elogio às equipas de gestão, referindo que para estes resultados “contribuiu a qualidade das equipas do Novo Banco e o empenho dos seus acionistas ao longo dos últimos oito anos”. Mais firma que o compromisso do BPCE com Portugal é um “compromisso duradouro centrado no financiamento da economia”. Em Portugal dá nota de que “o BPCE emprega atualmente mais de 3.000 pessoas, um número que testemunha o seu compromisso permanente com o país. A abertura, desde 2017, de um centro de competências multiempresarial no Porto veio aprofundar os vínculos locais”.

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