Morreu Nélson Matos, editor histórico da Dom Quixote, de onde saiu em 2004. A notícia da morte está a ser divulgada pela marca, hoje integrada no grupo Leya, que salienta a importância de Nélson Matos na edição de autores portugueses. O editor – que, como escreve o Presidente da República, foi um “formador de editores” – morreu este domingo, num hospital, em Lisboa, aos 79 anos.
“A Dom Quixote presta homenagem a Nelson de Matos, neste dia triste para todos nós, responsável pela edição e publicação, nesta casa, de alguns dos principais escritores de língua portuguesa e a quem devemos, todos sem exceção, a criação daquela que, ainda hoje, é conhecida como a grande casa dos autores portugueses”, lê-se na publicação feita nas redes sociais.
Entre os nomes que Nélson Matos editou estão Manuel Alegre, Lídia Jorge, Mário Claudio, Cardoso Pires e Lobo Antunes. Antes da Dom Quixote, dirigiu a Arcádia, a Moraes e e terminou o percurso numa editora com o seu nome, Edições Nelson de Matos, onde editou e reeditou um autor de eleição, José Cardoso Pires, como lembra o Presidente da República na nota de condolências.
“Pode dizer-se que o chamado “boom” do romance português pós-1974 passou pelas suas mãos, casos de António Lobo Antunes, Mário Cláudio ou Lídia Jorge, entre outros, além de ter publicado autores mais jovens, escritores lusófonos, e um estrangeiro-português, Antonio Tabucchi”, escreve Marcelo, que salienta a presença habitual de Nélson Matos no jantar anual do Presidente com os editores.
A editora Dom Quixote foi fundada, em 1965, por Snu Abecassis, Vasco Abecassis e António Neves Pedro. Foi adquirida por Nélson Matos nos anos 80 do século passado, na década seguinte, em 1999, passou a fazer parte do grupo espanhol Planete e em 2007 passou para o Grupo Leya.
Nota: notícia atualizada às 20h20 com nota de condolências do Presidente da República