Segundo o exército israelita, a instalação atacada em Teerão era utilizada na produção de centrifugadoras destinadas a acelerar o programa de enriquecimento de urânio com fins militares. Foram ainda atacadas fábricas ligadas à produção de componentes e matérias-primas para mísseis superfície-superfície, bem como uma instalação dedicada à produção de mísseis terra-ar.
A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) confirmou que a capacidade de enriquecimento nuclear iraniana foi “significativamente” afetada pelos bombardeamentos. Em declarações à CNN, o diretor-geral da agência das Nações Unidas, Rafael Grossi, adiantou que várias infraestruturas nucleares foram danificadas, sendo Natanz a mais atingida. A unidade de enriquecimento de superfície foi “completamente destruída” e as instalações elétricas “desativadas”, comprometendo o funcionamento das centrifugadoras subterrâneas.
Grossi referiu ainda que três ou quatro edifícios na central de Isfahan sofreram danos “consideráveis”, embora as estruturas subterrâneas tenham permanecido intactas. Em Fordow, os danos limitaram-se a impactos no perímetro.
Questionado sobre o tempo necessário para o Irão, em teoria, desenvolver uma arma nuclear, o responsável da AIEA afirmou que não seria uma questão de dias, “mas também não levaria anos”.
Os bombardeamentos inserem-se numa escalada de violência iniciada na madrugada de sexta-feira, quandoIsrael lançou ataques surpresacontra capacidades militares e instalações nucleares do Irão, provocando a morte de vários oficiais superiores iranianos. Desde então, Teerão tem retaliado com disparos de mísseis, que causaram 24 mortos em Israel. Do lado iraniano, as autoridades contabilizam pelo menos 229 mortos.