A X Convenção Nacional da Iniciativa Liberal (IL) para escolher o sucessor de Rui Rocha foi agendada para 19 de julho, em Leiria. A data foi escolhida este domingo numa reunião do órgão, que decorreu num hotel na Costa de Caparica (Almada), com 50 votos a favor e 11 abstenções.
Os conselheiros nacionais aprovaram também a coligação com o PSD e CDS, no Porto, que tem Pedro Duarte como candidato, entre outras 12 coligações com o PSD e CDS, assim como 17 candidaturas próprias.
A realização da reunião magna antes das eleições já tinha sido defendida pela candidata à presidência do partido, Mariana Leitão, e pelo ex-vice-presidente e atual conselheiro nacional, Bernardo Blanco — ambos consideraram que seria importante a IL concorrer ao próximo sufrágio já com um novo líder eleito. E era essa a vontade também da direção, que entende que o sucessor de Rui Rocha deve ser eleito já em julho para o partido não se apresentar fragilizado no próximo sufrágio, sem presidente.
Para trás, ficou assim, a proposta de um grupo de 18 conselheiros nacionais para que a reunião magna se realizasse após as autárquicas, entre os meses de outubro e dezembro. Entre eles, Francisco Cudell, André Serpa Soares e Paulo Ricardo Lopes, que apresentaram um requerimento que propunha ao CN “reconhecer a inadequação” de realizar uma Convenção Nacional Eletiva antes das eleições autárquicas por “comprometer o tempo necessário para garantir uma participação livre, plural e informada” de todos os membros do partido, e por “retirar o foco do compromisso autárquico”. O calendário apertado também dificulta o caminho a potenciais adversários de Mariana Leitão.
Este foi um dos pontos da ordem de trabalhos que gerou mais discórdia, num Conselho Nacional longo e com alguns momentos tensos. Durante a reunião houve conselheiros nacionais que alertaram para o facto de a Comissão Executiva (direção) da IL não poder votar este domingo por estar formalmente demitida, na sequência da saída de Rui Rocha. Mas a direção apontou para um parecer do Conselho de Jurisdição, que deu aval a que mantivesse o poder de voto no órgão, ao que apurou o Expresso. Um parecer “feito à medida”, segundo alguns conselheiros, que acusaram a direção de condicionar o agendamento da reunião magna para antes das autárquicas.
Entre os críticos internos houve, contudo, quem aplaudisse a decisão de só haver eleição da Comissão Executiva na Convenção de julho, continuando os seus mandatos os restantes órgãos, eleitos na reunião magna de fevereiro: “Abdicaram de deitar abaixo os outros órgãos. Perceberam que não havia fundamento legal”, ouve o Expresso de um dos conselheiros, que não gostou de ver Blanco a defender eleições para todos os órgãos.
Primeiro lote de candidaturas autárquicas
Tal como o Expresso avançou, há acordo entre os sociais-democratas e os liberais para as candidaturas autárquicas em Lisboa e no Porto. No entanto, o Conselho Nacional da Iniciativa Liberal aprovou apenas hoje a coligação no Porto, naquele que foi o “primeiro lote de candidaturas autárquicas”. O órgão só aprovará a aliança na capital, depois de Carlos Moedas anunciar a sua recandidatura entre o final do mês e o início de julho.
Entre as coligações com os sociais-democratas e os centristas, os liberais aprovaram acordos em Vizela (PSD/IL); Mirandela (PSD/CDS/IL); Covilhã (CDS/IL); Loulé (PSD/IL/CDS); Portimão (PSD/CDS/IL); Silves (PSD/CDS/IL); Bombarral (PSD/CDS/IL); Arruda dos Vinhos (PSD/IL/CDS); Santo Tirso (PSD/IL); Almeirim (PSD/CDS/IL); Montijo (PSD/IL) e Santa Comba Dão (PSD/IL).
Os conselheiros deram ainda aval a 17 candidaturas próprias em Santa Maria da Feira, Oliveira de Azeméis, São João da Madeira, Vila Nova de Famalicão, Vila Verde, Castelo Branco, Figueira da Foz, Albufeira, Caldas da Rainha, Cascais, Oeiras, Torres Vedras, Santarém, Almada, Setúbal, Ponte de Lima e Viana do Castelo.