“Havia corpos à minha volta. Levantei-me e corri. Havia destroços do avião por todo o lado”: o relato do sobrevivente da tragédia na Índia



Vishwash Kumar Ramesh, cidadão britânico de 40 anos, é até agora o único sobrevivente conhecido entre os 242 passageiros que seguiam a bordo do Boeing 787-8 Dreamliner que se despenhou esta quinta-feira, minutos após a descolagem, junto ao aeroporto indiano de Ahmedabad.

“Trinta segundos depois da descolagem, ouviu-se um estrondo e depois o avião caiu. Aconteceu tudo tão rápido”, contou Vishwash, citado pelo “Hindustan Times”.

O passageiro sofreu ferimentos no peito, nos olhos e nos pés. Foi transportado para o hospital de Ahmedabad, onde se encontra internado.

“Quando acordei, havia corpos à minha volta. Estava assustado. Levantei-me e corri. Havia destroços do avião por todo o lado. Alguém me agarrou, colocou-me numa ambulância e trouxe-me para o hospital”, recorda.

Vishwash tinha estado na Índia para visitar a família e regressava ao Reino Unido com o irmão, Ajay Kumar Ramesh, de 45 anos. “Visitámos Diu. Ele estava a viajar comigo, mas estávamos em filas diferentes. Agora não consigo encontrá-lo. Por favor, ajudem-me a encontrá-lo”, apelou.

As autoridades indianas ainda não divulgaram um balanço final de vítimas, mas o total de mortos ultrapassa os 200. De acordo com o chefe da polícia local, já foram recuperados 204 corpos no local do acidente, incluindo passageiros, tripulantes e habitantes nas imediações.

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, descreveu a tragédia como “dilacerante para o coração” e afirmou estar em contacto permanente com ministros e autoridades locais para garantir apoio às famílias das vítimas. Seis equipas da Força Nacional de Resposta a Emergências foram destacadas para as operações de busca e socorro.

Segundo a transportadora aérea, entre os passageiros encontravam-se 169 cidadãos indianos, 53 britânicos, sete portugueses e um canadiano. A aeronave descolou às 13h39 (hora local) e despenhou-se pouco depois, explodindo em chamas.

As causas do acidente estão a ser investigadas. Trata-se de um dos desastres aéreos mais graves dos últimos anos na Índia. As operações no terreno continuam.

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