Gaza: enviado especial dos EUA diz que Israel aceita cessar-fogo temporário, mas desmente acordo do Hamas



O enviado especial dos Estados Unidos para o Médio Oriente afirmou hoje que existe uma nova proposta de Washington para um cessar-fogo em Gaza e a libertação de reféns, mas desmentiu que o Hamas tenha aceitado o plano.

Em declarações à estação norte-americana CNN, Steve Witkoff, avançou igualmente que Israel está disponível a aceitar um cessar-fogo temporário e que ele próprio se oferece para supervisionar e liderar o processo negocial.

“Israel está disposto a aceitar um cessar-fogo temporário e um acordo de libertação de reféns que permita o regresso de metade dos vivos e metade dos mortos e abra a porta a negociações substanciais para procurar um caminho para um cessar-fogo permanente que eu próprio concordei em supervisionar”, afirmou à CNN, em declarações citadas pela agência de notícias espanhola Europa Press.

É a primeira vez que Witkoff manifesta a sua disponibilidade para liderar as negociações para pôr fim à guerra em curso na Faixa de Gaza, caso a proposta de tréguas seja aprovada pelas duas fações beligerantes (Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas).

A participação direta de Witkoff seria uma resposta à posição do Hamas, que exige garantias do envolvimento de Israel em futuras negociações.

Ainda à CNN, Witkoff desmentiu as informações segundo as quais o Hamas teria alegadamente aceitado uma proposta com a sua assinatura que previa a libertação de dez reféns em dois grupos em troca de uma trégua de 70 dias.

O enviado dos Estados Unidos (EUA) esclareceu que a sua proposta não inclui tais termos.

“O que eu vi é totalmente inaceitável”, afirmou Steve Witkoff.

Horas antes destas declarações de Witkoff, uma fonte do movimento islamita palestiniano Hamas, citada pela agência noticiosa francesa AFP, avançava que o grupo tinha aceitado uma nova proposta dos mediadores internacionais para uma trégua na Faixa de Gaza.

“O Hamas aceitou a nova proposta do enviado dos Estados Unidos, Steve Witkoff, que o movimento recebeu dos mediadores e que insiste num cessar-fogo permanente na Faixa de Gaza”, disse a fonte do grupo extremista à AFP, acrescentando que o movimento informou os mediadores da sua decisão.

O Qatar, o Egito e os Estados Unidos têm desempenhado o papel de mediadores neste conflito em curso desde outubro de 2023.

A fonte especificou que a proposta em questão prevê “uma trégua de 70 dias em troca da libertação de dez reféns em duas fases”.

“Durante a trégua, serão iniciadas negociações para um cessar-fogo permanente com garantias americanas”, indicou ainda.

A complexidade deste processo negocial adensou-se ainda mais porque momentos antes do anúncio do Hamas, a agência espanhola EFE avançava que Israel tinha rejeitado a última proposta dos Estados Unidos de um cessar-fogo de dois meses em Gaza em troca de dez reféns vivos e do fim negociado da ofensiva, insistindo, no entanto, que continuava a apoiar o esquema proposto pelo enviado da Casa Branca (Presidência norte-americana) para o Médio Oriente, Steve Witkoff.

A guerra eclodiu em Gaza após um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano Hamas em solo israelita, em 7 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.

Após o ataque do Hamas, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou quase 54 mil mortos, na maioria civis, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.

A ofensiva israelita também destruiu grande parte das infraestruturas do território governado pelo Hamas desde 2007.

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