Em Cannes, o júri premiou a compaixão e a ternura do iraniano Jafar Panahi (e ‘castigou’ o cinema americano)



Este ano, em Cannes, o grande derrotado terá sido o cinema americano. Este júri rejeitou os filmes com grandes nomes americanos e preferiu elevar o chamado “cinema do mundo”, dando vitória a um cineasta que finalmente pôde sair do Irão, o mestre Jafar Panahi, o grande favorito com “Un Simple Accident” que, como Binoche referenciou, oferece-nos ternura e compaixão. Obra duríssima sobre um grupo de cidadãos de Teerão que se debate com a hipótese de se vingar do homem que os torturava na prisão.

Pode não ser o melhor de Panahi, mas a sua economia de meios e as espantosas soluções de realização são sempre prodigiosas. Mas é óbvio que é um prémio com sentido simbólico pela resistência de um cineasta enclausurado pelo regime de Teerão. “O cinema é uma sociedade que não nos pode dizer o que se pode ou não filmar”, disse em palco, com os seus característicos óculos escuros.

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