O percurso político de Iratxe García é pautado pela defesa da igualdade, da coesão social e da rejeição de acordos com a extrema-direita. À frente do grupo dos Socialistas & Democratas no Parlamento Europeu, a espanhola reconhece o momento difícil vivido pelo centro-esquerda na União Europeia, mas aponta um caminho, não poupando elogios ao antigo primeiro-ministro português que hoje preside ao Conselho Europeu. O verdadeiro problema das sociedades europeias não é a imigração, mas a desigualdade, garante, vincando que é a classe média, e não os ricos, quem mais precisa da política.
O Expresso entrevistou a eurodeputada e representante da aliança progressista europeia a propósito de uma série de conferências que juntaram, em Lisboa, os 136 eurodeputados do grupo dos Socialistas & Democratas e comissários europeus, na semana passada. “Estou mais preocupada ao pensar no futuro da nossa geração jovem europeia e, por isso, não podemos perder muito tempo a preocupar-nos com o nosso futuro enquanto sociais-democratas.” Num tom de urgência, García argumenta que os jovens europeus não podem continuar à espera enquanto os sociais-democratas hesitam sobre o seu futuro.
A deputada europeia falou dos últimos executivos socialistas em Portugal e do atual em Espanha. A conversa decorreu antes da divulgação do último e grave escândalo a envolver Santos Cerdán, secretário de Organização do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE, centro-esquerda), no qual milita.