A cidade de Kiev foi alvo de um dos maiores ataques aéreos desde o início da guerra na Ucrânia. Durante a madrugada deste sábado, a Rússia lançou dezenas de drones e mísseis balísticos sobre a capital, provocando destruição em vários bairros e ferindo, pelo menos, 14 pessoas.
Segundo testemunhas ouvidas pela Reuters, a noite ficou marcada pelo som constante de drones a sobrevoar a cidade e sucessivas explosões. Imagens divulgadas nas redes sociais mostram prédios em chamas, colunas de fumo denso a subir de blocos de apartamentos e o céu iluminado por tons avermelhados.
“Gostava que chegassem a um cessar-fogo. Bombardear pessoas assim… As crianças sofrem muito. A minha neta de três anos gritava cheia de medo”, relatou à agência Olha Chyrukha, moradora de um dos edifícios atingidos. Kateryna, outra residente, lamentou: “É uma grande angústia. Há pessoas feridas sem razão.”
As defesas antiaéreas ucranianas foram ativados na tentativa de neutralizar o ataque, enquanto as equipas de emergência foram mobilizadas para combater os incêndios e prestar socorro às vítimas.
De acordo com as autoridades de Kiev, há registo de danos em pelo menos seis distritos da capital. No bairro de Solomynskyi, um drone atingiu o último andar de um prédio. Em Dniprovskyi e Obolon, deflagraram incêndios noutros edifícios. Caíram ainda destroços noutras zonas da cidade.
A Força Aérea da Ucrânia informou que a Rússia lançou 14 mísseis balísticos e cerca de 250 drones durante a noite.
Russos fazem fila no aeroporto internacional de Vnukovo em Moscovo
News GRP/Suspilne
A Rússia ainda não comentou o ataque, que surge após vários dias de ataques ucranianos com drones contra alvos em território russo, incluindo Moscovo. Na véspera desta ofensiva, o ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, prometeu retaliar.
Apesar da escalada da violência, a Rússia e a Ucrânia dizem estar disponíveis para retomar as negociações de paz, após um apelo do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Na sexta-feira, os dois países realizaram uma grande troca de prisioneiros, que Trump classificou como um sinal positivo.
Troca de prisioneiros de guerra entre a Ucrânia e a Rússia, esta semana, após a chamada entre Trump e Putin
Maxym Marusenko/NurPhoto/Getty Images
No entanto, continuam as acusações mútuas de falta de compromisso com o fim do conflito.