Álvaro Beleza: “Hoje não há motivos nenhuns para os homens fugirem ao rastreio do cancro da próstata”

O cancro do pulmão continua fortemente ligado ao tabaco (é o terceiro que mais preocupa os portugueses – 44%). Que tipo de políticas públicas devem ser prioritárias, especialmente nos meios com menos literacia em saúde?

Defendo que temos de continuar com campanhas sem tréguas contra o tabaco!

O inquérito diz que 16% dos portugueses têm ou tiveram cancro da próstata e a deteção precoce desta doença pode salvar vidas. Está na altura de normalizarmos o rastreio como um dever cívico e integrá-lo, por exemplo, em campanhas nacionais de saúde?

O rastreio é um dever individual e deve fazer-se tudo para dar mais informação com verdade. Hoje não há motivos nenhuns para os homens fugirem ao rastreio dada a evolução da medicina e terapêutica. Por último, é importante percebermos que não somos imortais, que temos de conviver com o envelhecimento e com a morte com serenidade.

11% dos homens portugueses consideram que têm um risco acrescido de desenvolver doenças devido ao consumo de álcool. O que revela este dado?

Revela ignorância, o álcool em excesso leva a esteatose e cirrose hepática, que mata ainda muitos portugueses. A lição é fazer tudo com moderação e equilíbrio, excessos terão sempre consequências, esse é o ponto hoje em dia. Evitar excessos no que consumimos, evitar também excessos nas dietas e exercícios, gozar os sabores e não tentarmos ser imortais e atletas de alta competição. Somos mortais. Dormir o suficiente, descansar o suficiente, fazer exercício todos os dias mas com equilíbrio, comer e beber com prazer mas não em excesso! É mais simples do que parece. Modas, excessos e fobias são maus conselheiros, ignorar a ciência e a evidência é estupido.