A destruição das fundações da ponte de Kerch, que liga a península da Crimeia à Rússia continental, e o ataque ucraniano em grande escala, com drones, que atingiu bases aéreas e cerca de 40 aviões de guerra russos, distraíram as atenções do que realmente acontece ao longo da frente de combate de mil quilómetros. É ali que a Ucrânia está a defender as suas posições — o que é menos dispendioso do que atacar —, com a dificuldade acrescida do desequilíbrio entre os dois exércitos.
Os militares russos estão a avançar (obtendo ganhos territoriais residuais, em particular nas regiões do Donbas e Kharkiv), mas ainda lentamente. Capturaram menos de 1% do território da Ucrânia nos últimos 18 meses e, segundo um estudo do think tank CSIS Washington, esta semana vão registar a milionésima baixa desde o início da guerra. Apesar deste progresso lento, a vantagem ainda está do lado de Moscovo, garantem vários analistas de defesa e estratégia.