Quem vai a um festival de música tende a não levar a política consigo, mesmo que os artistas que vai ver o façam. Quem foi ver o concerto d’A Garota Não no Palco Revolut, neste segundo dia de Primavera Sound Porto, não o fez senão por uma questão de política: a sua arte e a ideia de que o país podia ser muito melhor estão intrinsecamente ligadas, numa fusão entre música, poesia e amor – não por aquilo que a humanidade é, mas por aquilo que a humanidade pode ser, se se dedicasse mais a ler Eugénio de Andrade do que a odiar o que é diferente, distinto, estranho à nossa identidade.